Categorías: Portugal

Portugal! Uma democracia de duas…e quatro velocidades.

DAVIDE PEREIRA

André Ventura na passada quinta-feira divulgou que Diogo Pacheco de Amorim é o nome indicado pelo CHEGA para a vice-presidência da Assembleia da República.

Diogo Pacheco de Amorim, o ideólogo do Partido é deputado do CHEGA, eleito pelo círculo do Porto, coordenador da comissão política nacional e membro da direção nacional.

O Dr. Amorim, foi eleito pelo círculo do Porto e é o principal ideólogo do Chega. Com 72 anos, é o deputado mais velho do partido, tendo no currículo passagens pelo CDS-PP, onde foi assessor de Diogo Freitas do Amaral e chefe de gabinete de Manuel Monteiro, mas também do Nova Democracia de Monteiro, cujo programa original escreveu e que acabaria por ser replicado no Chega anos mais tarde.

O CHEGA apresentou-se a estas legislativas com um programa eleitoral que começava com o lema «Por um novo regime democrático: Deus, pátria, família e trabalho», recuperando a trilogia do “salazarismo” e acrescentando-lhe a palavra “trabalho».

Mas o que diz o Regimento da Assembleia da República em relação à nomeação de um vice-presidente?!

O artigo 23.º do Regimento da Assembleia da República estabelece que «cada um dos quatro maiores grupos parlamentares propõe um vice-presidente e, tendo um décimo ou mais do número de deputados, pelo menos um secretário e um vice-secretário».

Nos termos do mesmo artigo, são «eleitos os candidatos que obtiverem a maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções».

«Se algum dos candidatos não tiver sido eleito, procede-se de imediato, na mesma reunião, a novo sufrágio» para o respetivo lugar, sendo que, estando «eleitos o presidente e metade dos restantes membros da Mesa, considera-se atingido o quórum necessário ao seu funcionamento».

Segundo o Regimento, quando o presidente da Assembleia da República e metade dos restantes membros da mesa estiverem eleitos – no que se refere às vice-presidências, DUAS das QUARTO –, considera-se atingido o quórum necessário para o seu funcionamento.

O deputado Duarte Pacheco de Amorim refere que «há dois pesos e duas medidas» na Assembleia da República quanto às forças políticas. Acusa partidos de esquerda de se «acharem detentores da moralidade da pátria». posição da esquerda sobre o CHEGA»

Note prezado leitor a subtileza do Regulamento em causa.

Devem ser QUATRO os eleitos a vice-presidentes, mas se forem apenas DOIS, o Partido Socialista ( PS ) e o Partido Social Democrático ( PSD ), então já existe quórum…

É caso para dizer que as leis aprovadas na Assembleia da República são uma moeda de duas faces…também se assim não fosse, alegadamente os advogados iam praticamente todos para o fundo do desemprego.

Entretanto o líder do CHEGA, André Ventura, espera que a polémica em torno de um possível bloqueio a um vice-presidente da Assembleia da República nomeado pelo partido não passe de “poeira».

E acrescentou, «Quero acreditar que não passa de uma polémica de poeira», porque um «boicote» é algo que «ninguém em Portugal compreenderia», afirmou André Ventura, no final da audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que concluía essa tarde a ronda com os oito partidos que conseguiram representação parlamentar nas legislativas de domingo 30 de Janeiro, tendo em vista a indigitação do Primeiro-Ministro que nomeadamente já foi nomeado, digo, António Costa.

O tema, revelou-nos André Ventura foi discutido com o chefe de Estado, mas o CHEGA, conforme podemos apurar, não pediu a Marcelo Rebelo de Sousa que «intercedesse» por si, garantiu o líder do partido.

Para André Ventura, o regimento da Assembleia da República «é muito claro» sobre esta questão.

O artigo 23.º do documento estabelece que cabe a cada um dos quatro maiores grupos parlamentares propor um dos vice-presidentes da Mesa e aos partidos com um décimo ou mais dos deputados propor pelo menos um secretário e um vice-secretário.

Um dos históricos da nossa democracia, José Ribeiro e Castro, ex. centrista afirmou: “Se a maioria da Esquerda fizer isso, rompendo uma praxe parlamentar estabelecida desde sempre, mostram falta de espírito democrático, intolerância grotesca e sobretudo estupidez”.

Acrescentando que «nem o PCP no tempo da URSS foi objeto de uma exclusão tão burra». 

Ainda na mesma mensagem, Ribeiro e Castro considerou que tal ação só daria «mais força a quem excluem».

«Serão responsáveis pelo mal que provocarem à democracia portuguesa», terminou. 

Vamos aguardar, até porque o CHEGA VEIO PARA FICAR. André Ventura, Diogo Pacheco de Amorim, Gabriel Mithá Ribeiro, Pedro Frazão, António Tânger entre outros do CHEGA meteram o pé na porta e ela já não se fecha.

Estamos confiantes que o Partido CHEGA de André Ventura irá colocar com todo o mérito Diogo Pacheco de Amorim como um dos quatro vice-presidentes da Assembleia da República.

Para ser vice-presidente da Assembleia da República, Diogo Pacheco de Amorim precisa convencer 116 deputados a votar favoravelmente o seu nome, uma vez que se trata de uma eleição e não de uma nomeação, mas isso não o irá subestimar.

O Dr. Amorim não é daqueles que “morrem quando estão perto de chegar à praia”. É homem de combate político.

Também face há maturidade e há experiência política de décadas, sabemos que Diogo Pacheco de Amorim de antemão irá encontrar uma solução para esta “poeirada”.

DAVIDE PEREIRA

Spread the love
Davide Pereira

Entradas recientes

Pues claro que es mucho más difícil criar un niño que tener un perro (y, por eso mismo, es mejor)

DOMINGO SORIANO En la desvalorización del esfuerzo y el largo plazo, la culpa la hemos…

9 horas hace

El narciso enamorado…, de sí mismo. ¿Cuál es la ideología política de Sánchez…?

RAMIRO GRAU MORANCHO El miércoles pasado el todavía presidente del gobierno dijo que se iba…

17 horas hace

«Lutero era bravucón, neurótico, depresivo y antisemita». Javier Barraycoa.

Hitler definió al fraile agustino como «el mayor genio alemán», mientras que su coetáneo León…

1 día hace

El PSOE ha resucitado a Carrero Blanco, Mola y Girón de Velasco para que firmen un manifiesto a favor de que Pedro Sánchez no dimita y permanezca en la presidencia del gobierno de España…

PERO GRULLO DE ABSURDISTÁN Ayer viernes, medios progubernamentales españoles anunciaban un manifiesto de miles de "periodistas"…

1 día hace

Los verdaderos motivos del anuncio de la dimisión de Pedro Sánchez: El escándalo Pegasus.

El Ghayeb Lamine (Argelia) La dimisión de Pedro Sánchez al cargo de presidente del Gobierno…

1 día hace

PEDRO SÁNCHEZ , ¿VICTIMISMO Y COMPASIÓN?

PILAR ENJAMIO, PSICÓLOGA El presidente del Gobierno de España, Pedro Sánchez, ha conseguido ser alguien…

1 día hace